Se a estupidez humana fosse premida eu hoje ganhava o “premio Nobel”.
Consegui a proeza de sair do carro sem o travar.
Resultado: Uma amolgadela e das grandes na traseira
Ao fim de vinte e tantos anos de condução sinto-me uma verdadeira besta.
Se a estupidez humana fosse premida eu hoje ganhava o “premio Nobel”.
Consegui a proeza de sair do carro sem o travar.
Resultado: Uma amolgadela e das grandes na traseira
Ao fim de vinte e tantos anos de condução sinto-me uma verdadeira besta.
Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção.
Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço.
Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer.
Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo.Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti.
Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra.
Aqui não há lugar para o sol nem para a lua; a orientação e a noção de tempo são coisas que não fazem sentido.
Existe apenas areia branca e fina, como ossos pulverizados, a rodopiar em direcção ao céu. É uma tempestade de areia assim que deves imaginar. (...) E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica.
Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba.
O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros.
E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa.
Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.
Devo ter sito das últimas pessoas a ler este livro : De- Haruki Murakami, in 'Kafka à Beira-Mar' "mas recomendo: Absolutamente fantástico com sessentas e algumas paginas que se lêem num ápice .
Era uma segunda-feira de um qualquer mês de Maio.
O dia amanheceu chuvoso e estava frio.
Eu lembro-me que tive “medo” e de pensar eu não sou capaz.
- O dia não estava chuvoso. Caia umas pingas.
- Não, estava mesmo a chover muito.
-Nervos... Os nervos é que te fizeram esquecer, apenas caiam umas pingas..
- Pronto que seja , caiam umas pingas.
Eu sabia que tinha que o fazer, mas o meu receio não ajudava em nada. Mas como disso dependia uma parte da minha vida eu fui.
- Não sei de onde me bem este medo questionei-me em voz alta.
Uma voz respondeu
- Porque. Só dependes de ti própria.
Assustada, olhei a volta porque estava sozinha, ou pelo menos julgava que estava..
- Quem foi que falou? E já não era a primeira vez... devo estar maluca.
-Tu própria disse a "voz" em resposta ao meu pensamento.
A voz parecia provir de mim própria. Será possível??
- Sim é possível é possível, eu sou o teu verdadeiro (eu).
-O meu Eu??
- O meu verdadeiro eu sou EU.
Mas que conversa mais estupida..pensei.
-Olha para ti.... A voz denotava um certo desprezo
– Pareces uma miúda assustada a tremelicar por todos os lados.
- Tanta produção para que?? se neste momentos estás com
medo até de atravessar a rua.
- Se tu dizes que és o teu verdadeiro eu acho que estamos as duas em maus lençóis.
-Ouve-me tu a mim (eu ou voz ou sejas o que fores). Vivi estes anos todos sem ouvir a tua voz agora é que te deu para apareceres?
-Porque não te manifestas-te antes?
" só posso estar maluca para falar sozinha"
-Há anos que ando por perto mas está é a primeira vez que estas completamente desassossegada para me poderes ouvir.
- Porque é que sentes medo?
-Porque não sou capaz… Se dizes que és "eu" devias saber.
-Como é que sabes que não és capaz? O teu medo é que te impede de ir em frente..
-Não me chateies, ok e sai do meu “caminho”
- Que ousadia para uma medrosa… vamos supor então que eu sou o teu “medo”
-Então o que fazes aqui?
-Ocorre-te um melhor lugar para eu viver que não em ti? (respondeu a voz).
Reconheceu que realmente medo e duvida eram sem duvida os sentimentos o que se tinham apoderado dela, ou estavam na imaginação..
O “voz" começou de novo:
- Estou aqui para derrubar todos aqueles que estão convencidos que me podem vencer…
- Eu já não vou..
- Ah ah ah ria-se a voz. Vais desistir agora que estas tão perto?
-Vais desistir agora que chegas-te a este ponto?
Não sei, habituei-me a alguns pequenos luxos como por exemplo não fazer figura de parva..
- E como podes viver contigo própria se não tens coragem e a ousadia de testar o conhecimento de ti própria?
- E achas que o conhecimento de mim própria pode matar o medo?
- Com certeza, o conhecimento é a verdade e sabes que a verdade é a mais poderosa das armas. Acertar e errar faz parte da vida.
De repente ocorreu-lhe que não tinha nada a perder nem tinha que provar nada a ninguém e avançou segura.
-Lembra-te, o medo é apenas uma ilusão.
-Então não voltas para traz? Disse a voz
Mas ela continuava decidida a pensar dar o seu melhor.. Ganhar e perder faz parte da vida e o medo e a dúvida são só ilusões.